segunda-feira, 19 de outubro de 2009

BISPO RAIMUNDO MONTEIRO - IGREJA CENTRO MUNDIAL DE MISSÕES

A IGREJA IDEAL
Analisando-se a situação das igrejas evangélicas em geral, verifica-se que algumas das dificuldades por elas enfrentadas são:
1 - Confronto com religiões fora do âmbito evangélico
Não há como negar que, nos últimos tempos, tem sido notório o avanço das seitas orientais e espíritas que, por ação demoníaca, vêm encontrando muitos adeptos, inclusive entre personalidades do mundoocidental.

Por outro lado, enquanto a própria igreja católica se vem renovando liturgicamente, adaptando-se a novas realidades, aliás, com base bíblica (I Ts. 5:21), parte das igrejas evangélicas tradicionais insiste em cultos frios e engessados, esquecendo-se que, sem deixar de lado a devoção, a alegria deve dominar o ambiente (Salmo 122:1).

2 - Confrontos entre as várias denominações evangélicas
Com a proliferação de doutrinas e seitas, parte delas eivada de heresias, têm sido verificadas explícitas divergências doutrinárias e muitas disputas entre várias denominações, chegando a provocar escândalo aos não crentes, o que contraria a Palavra (I Cor. 5:13).

O pior é que boa parte dos motivos dessas disputas, acontecidas entre irmãos em Cristo, é francamente irrelevante; e, certamente, entristecem o Espírito (Efésios 4:30), fazendo com que Ele se afaste da igreja, deixando-a sem Poder.
3 - Confrontos dentro da mesma denominação
Começam a surgir divergências litúrgicas sérias dentro das próprias denominações, às vezes entre pessoas da própria liderança: uns querendo "corinhos", outros hinos tradicionais, uns coral, outros conjuntos jovens, uns instrumentos de percussão, outros sendo contra, etc.

Inclusive há os que, sabendo que a eventual liturgia não vai ter um andamento de acordo com o seu ponto-de-vista doutrinário, saem acintosamente do templo - ou até nem comparecem - como se o culto tivesse que atender em primeiro lugar à sua vontade, e não à finalidade principal de adorar a Deus (João 4:23 - I Cor. 14:26).
Em vista de tudo isso, fazendo-se uma análise fria do comportamento a ser seguido pelos crentes e igrejas em geral, uma pergunta se faz: quais deveriam ser as características da igreja ideal, no que diz respeito a:
1) Tempo mínimo necessário para a formação da mesma;

2) Comportamento de seus líderes e membros em geral;

3) Doutrina e liturgia a serem seguidas?
Procurando-se uma referência entre as igrejas do Novo Testamento, tomemos como base a de Tessalônica, por quem Paulo tinha inegável carinho (I Ts. 1:2), e que muitos teólogos cristãos consideram o protótipo da igreja modelo. E, logo de início, observa-se que, mesmo sem as facilidades de mídia que hoje existem, e sem a existência de qualquer grupo embrionário anterior, ela foi formada em tempo recorde, após campanha evangelística de, apenas, três semanas (Atos 17:1/4).

No que concerne à "mão-de-obra" utilizada, o principal evangelista da campanha, no caso o apóstolo Paulo, não só não era considerado um grande orador pelos próprios crentes (II Cor. 10:10), como ele mesmo reconhecia ter essa deficiência pessoal (II Cor. 11:6).

Aliás, contrariando a opinião de parte dos dirigentes das igrejas em geral, parece que Deus fazia questão de escolher, para Seus líderes, pessoas com deficiência de oratória, como Moisés no Velho Testamento (Ex. 4:10), e Paulo, no Novo, ratificando Prov. 16:1.

Desconsiderando a capacidade de oratória, já analisada, se forem olhados os atributos humanos dos líderes e pregadores de então, a começar por Paulo, Pedro, e mesmo Barnabé, observa-se que eles não eram super homens, nem isentos de falhas; muito pelo contrário (Atos 15:39, Gal. 2:11/13).

Logo, como as igrejas não tinham sucesso pelas condições dos meios de propaganda utilizados, pela existência de corais famosos, conjuntos jovens, solistas, pela capacidade de oratória das pessoas ou muitos menos, por se tratarem de indivíduos irretocáveis, que multidões se convertiam, pode concluir-se, à luz da Bíblia, que o segredo era o seguinte:
1. Reconhecendo suas limitações pessoais e de oratória, os líderes não se preocupavam em demonstrar ostentação de linguagem ou sabedoria humana (I Cor. 2:1/2). Contrariamente a muitos sermões frios, metódicos e perfeitos em homilética, mas racionais e vazios de conteúdo de hoje, o evangelho era pregado no Poder do Espírito (I Tessal. 1:5), e Cristo era apresentado como a figura central (Atos 17:1/4), não sendo dada ênfase à pessoa que pregava.

2. A fé daqueles que pregavam e dos crentes convertidos era amplamente conhecida, e mesmo os que não eram cristãos sentiam que havia algo diferente, sem haver necessidade de propaganda (I Tess. 1:8);

3. Os novos convertidos davam demonstrações de uma conversão genuína, comprovada por todos os que com eles conviviam (I Tess. 1:9).
Em vista do exposto, e considerando- se a situação espiritual de boa parte das igrejas de hoje, deveria meditar-se no seguinte:
1. Será que as lideranças, e as próprias comunidades religiosas, não estão contrariando o que é preconizado em I Cor. 1:26/31 e Col. 2:20/23.

2. Não estarão muitos apagando o Espírito (I Tess. 5:19), proibindo a sua manifestação sobrenatural e não dando ênfase à Sua eficácia, apesar de a Bíblia, por palavras do próprio Cristo, afirmar ser Ele o único que convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8)?

3. Quem sabe a ausência da manifestação do Poder de Deus se deve à incredulidade de muitos líderes e pastores, que chegam a afirmar de púlpito que essas coisas não mais para os dias de hoje? (Mat. 13:58 – Heb. 11:6).
Que o Senhor possa, realmente, dar-nos condições de ajudarmos a nossa aproximar-se da igreja ideal, tanto quanto pecadores limitados como nós somos o permita!



Palavra de Esperança

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